SÍNDICO PROFISSIONAL É CARREIRA EM EXPANSÃO NO RIO

28 jan 2020 Materias

Há cinco anos, o chefe de cozinha Antônio Carlos De Luca, de 44 anos, era eleito síndico e assumia a administração do condomínio onde morava com a família, após uma votação em que nenhum dos vizinhos quis ocupar a função. Era difícil dimensionar o tamanho do desafio de comandar um condomínio semelhante a um clube, com quase 500 unidades habitacionais. A experiência, porém, mudou o rumo da carreira de Antônio Carlos, que se tornou síndico profissional, responsável pela gestão de oito prédios com os mais diversos tamanhos. Ele viu sua renda crescer 60% neste período, com dedicação exclusiva:

A trajetória profissional de Antônio Carlos tem se tornado cada vez mais comum. O que tem seduzido boa parte dos síndicos profissionais é a expectativa de remuneração — que varia, em média, de 1,5 a 2,5 salários mínimos por condomínio — e o potencial de empregabilidade. Dados do Secovi Rio mostram que há 29.979 condomínios na cidade do Rio, mas nem a metade com administradora responsável.

Além disso, somente 616 condomínios têm síndicos externos, sendo 344 profissionais, com formação específica. Por isso, trabalhadores com diferentes formações estão abraçando a função que, por muitos anos, foi sinônimo de dor de cabeça e aborrecimento. Por isso, o perfil do síndico vem mudando rapidamente:

— Já foi a época em que o síndico era aquele aposentado com disponibilidade de tempo. Agora, há muitos jovens com formação universitária ou técnica interessados na função — avaliou Marcelo Freire, gerente-geral de Condomínios da Apsa.

Para Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, a demanda por esse profissional tem crescido na esteira do aumento da complexidade da gestão dos condomínios, que hoje oferecem cada vez mais serviços e abrigam um maior número de moradores, com orçamentos cada vez mais robustos.

Segundo ele, uma das vantagens do síndico profissional é a capacidade de gestão especializada das finanças e uma visão imparcial das questões envolvendo os moradores. Para o especialista, ao contratar o síndico, a administração deve ficar atenta aos custos extras, além de cobrar uma otimização dos recursos financeiros.

— Em alguns prédios, o síndico morador fica isento da cota condominial e, neste caso, esse valor pode se aproximar bastante de um síndico externo profissional. Uma administração assim, no primeiro ano de gestão, pode pagar o investimento que os moradores fizeram (custo salarial), por meio da economia de recursos com pessoal, energia, água, obras e manutenção, entre outros itens. O conhecimento especializado em gestão faz muita diferença — opina Schneider.

Fonte: Extra | Por POLLYANNA BRÊTAS

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